Desgastado, o prefeito mobilizou a base do governo para uma sessão extraordinária fictícia para tentar diminuir o repasse da Câmara, para atingir o presidente Milton Bastos - seu ex-aliado.
Arquimedes já havia fazendo isso há meses, mas a justiça reconheceu o abuso de poder e obrigou que o prefeito repassasse o recurso para a Camara.
Como detesta ser contrariado, ele resolveu usar o ex-oposição Zé do Gás para chamar uma sessão e aprovar uma lei diminuindo o repasse da Câmara, alegando o estado de emergência no município. A ignorância do prefeito, da sua base e da sua turma de advogados é tamanha que a peça mais parece uma piada: primeiro porque o repasse da Câmara é constitucional e segundo porque o estado de emergência ocasionado pelas chuvas não implicou em nada nas fianças do município, que vem recebendo os repasses constitucionais normalmente.
Outro fator que impede a convocação ilegal, é que o vice-presidente só pode convocar uma sessão com impedimento do titular, fato que não ocorreu.
Conhecido pela sanha perseguidora e ditatorial, Arquimedes tenta o transformar a cidade numa extensão do seu quintal, onde ele pensa que pode fazer o que quiser apenas pelo cargo que ocupa. Mas o judiciário está aí para barrar os abusos, como já fez e continua fazendo por diversas vezes.
Felizmente nem todos temem as atitudes coronelistas do ainda prefeito, que prepara-se para deixar a prefeitura de forma melancólica e com um legado para a cidade esquecer.