A ex-vereadora Cristiane Bacelar foi surpreendida nesta segunda (29), com a notícia de uma dívida milionária deixada pela gestão do ex-marido.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), controlados pelo Centrão, passaram a cobrar de construtoras e prefeituras o ressarcimento de valores por indícios de irregularidades apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, os dois órgãos ingressaram com 35 processos judiciais ou administrativos por causa de obras supostamente superfaturadas em oito estados. Os valores cobrados ultrapassam R$ 40 milhões e são oriundos de emendas parlamentares.
A Codevasf moveu 26 ações contra oito construtoras, além de prefeituras e políticos que já morreram. Deste total, 15 iniciativas foram determinadas pelo TCU, cinco tiveram como origem a CGU, e o restante partiu da própria estatal.
O estado com mais cobranças na Justiça da Codevasf é Minas Gerais, com nove ações. A companhia cobra ressarcimento de três ex-prefeitos de cidades do interior pela realização de obras supostamente superfaturadas com recursos da Codevasf, além de duas construtoras e uma fundação. Os prejuízos somam R$ 12,1 milhões e envolvem superfaturamento em obras de esgotamento sanitário, canalização de córrego e restauração de vegetação.
A superintendência do Maranhão, em segundo lugar, ingressou com seis ações judiciais, que totalizam R$ 6,8 milhões. Dois alvos, no entanto, já morreram. Uma cobrança de R$ 2,9 milhões é direcionada a Carlos Magno Duque Bacelar, ex-senador e ex-prefeito de Coelho Neto, por supostas irregularidades em obras de recuperação de estradas rurais e implantação de sistema de abastecimento de água feitas com recursos repassados pela estatal. Bacelar faleceu em setembro do ano passado. Outro alvo que já morreu é Zilmar Melo Araujo, que foi prefeito de Tutóia — a cobrança neste caso é de R$ 664,4 mil. Segundo a Codevasf, nos dois casos a cobrança judicial passa a ser respondida pelo espólio.
Ao longo de sua atuação política, Cristiane Bacelar sempre gostou de apontar o dedo acusando seus adversários de mal versação do dinheiro público. Vamos ver se ela terá coragem de se pronunciar e explicar os valores milionários das irregularidades apontadas.
Com contribuição do blog do John Cutrim