Por anos, a máquina pública de Timon foi usada como ferramenta eleitoral. Sob as gestões do ex-prefeito Luciano Leitoa e da ex-prefeita Dinair Veloso, os contracheques eram distribuídos sem critérios claros, com folhas de pagamento que ultrapassavam os limites legais e serviam para beneficiar aliados políticos. Durante 12 anos, esse esquema funcionou, até que a população disse basta e derrotou o grupo nas urnas.
No entanto, quando assumiu a prefeitura, o prefeito Rafael não hesitou em tomar medidas duras contra essa farra. Desde os primeiros dias de sua administração, Rafael deixou claro: "Aqui, só recebe quem realmente trabalha." E ele não ficou apenas no discurso.
Uma de suas primeiras ações foi enviar um projeto à Câmara Municipal para cortar quase 500 cargos comissionados, o que representava uma economia superior a R$ 1 milhão por mês. O objetivo era enxugar a folha, acabar com os salários fantasmas e direcionar os recursos para áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.
Mas, como esperado, mexer nesse vespeiro não seria fácil. O projeto enfrentou embargos e resistência, especialmente daqueles que tinham interesse direto na manutenção da antiga estrutura. Afinal, durante anos, salários foram distribuídos sem que muitos sequer precisassem aparecer para trabalhar. Bastava ter o sobrenome certo ou o padrinho político adequado.
A ação do prefeito Rafael escancarou uma prática que se tornou comum nas administrações passadas: o uso da prefeitura como um verdadeiro cabide de empregos, onde a competência e o compromisso com a cidade eram secundários diante das alianças políticas. Agora, a realidade mudou. A gestão atual impôs seriedade e controle sobre os gastos públicos, desagradando aqueles que se acostumaram a viver à custa do dinheiro do povo.
O embate ainda não terminou. Mas uma coisa é certa: a farra dos contracheques, que por anos drenou os cofres públicos de Timon, chegou ao fim.
E quem perdeu essa mamata, certamente, não está nada satisfeito...